Simpson Souza - Imortalizando a poesia urbana
Da batida marcante do Rap, caracterizada pela influência de ritmos como funk, soul, jazz, entre outros, aliada à poética de manifestações artísticas urbanas, nasce o trabalho do MC Simpson Souza. Com composições datadas do final de 2005, após um longo tempo de trabalho ele finalizou, recentemente, o seu primeiro álbum, “Cultura Imortal Suburbana”, que traz 14 faixas marcadas por referências que vão das ruas aos evangelhos.
Residente na Vila São José, bairro suburbano da região noroeste de Belo Horizonte, Simpson rabiscou suas primeiras rimas no começo da adolescência, entre os 12 e 13 anos de idade. À época, sua principal inspiração era o desejo de mudança, além de grupos de Rap como Racionais MC’s e Thaíde e DJ Hum. Sem falar em sua mãe, Ana Maria Cardoso, simpatizante das vertentes da música negra. Frente à realidade das periferias brasileiras, marcada pelo contingente da violência, Simpson fez suas escolhas e optou por trilhar o caminho da arte, o que ele traduz com segurança na música que abre o disco, “Biografia inédita”, produzida pelo DJ Twoo-3.
Os anos se passaram e, juntamente com o talento para compor letras, Simpson desenvolveu a habilidade de construir rimas instantâneas, improvisadas. Os principais frutos dessa vertente, o mestre de cerimônias de cabelos loiros colheu quando sagrou-se campeão da versão nacional da “Liga dos MC’s” (em dezembro de 2007), campeonato de Freestyle (rimas feitas de modo improvisado) nascido na Lapa, bairro boêmio da capital Fluminense. E também quando venceu o “Encontro das Ruas” (em 2009), dentro do maior festival de dança de Joinvile, Santa Catarina.
Em “Cultura Imortal Suburbana”, o encontro do Simpson agressivo, atrevido, que não poupa palavras para derrubar o adversário no calor de uma batalha, com a inteligência do Simpson poeta, fica mais evidente na faixa “Indigesto”. Nela, o MC “ataca” aqueles que se dedicam a vender a essência da Cultura Hip Hop.
A parte rítmica e melódica do trabalho ficou sob a responsabilidade de Gurila Mangani, mestre de cerimônias e produtor musical que assina a composição de nove das 14 faixas que completam a compilação. Já a porção humorística do disco fica por conta de “Sigam-me os bons”, cuja letra é baseada nos bordões do seriado mexicano Chaves, famoso na TV brasileira há mais de duas décadas. A música traz a participação de Rato Truks e PDR Valentim, que também figuram em “Faz parte do meu show”. As duas faixas foram produzidas por PDR.
Na ficha técnica de “Cultura Imortal Suburbana” ainda surge o nome do produtor musical Eazy-CDA (idealizador do selo Xeque Mate Produções), responsável pela gravação, mixagem e masterização do álbum. Eazy também emprestou sua voz, além de produzir a faixa “Belo Horizonte”, na qual Simpson presta uma homenagem a sua cidade natal. As colagens e scratchs do álbum ficaram a cargo do DJ Costela, local de BH.
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